Características e Desafios das Crianças com Autismo

Principais Características das Crianças com Autismo

O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é uma condição neurobiológica que afeta a interação social, a comunicação verbal e não verbal, e manifesta padrões restritos e repetitivos de comportamento. Diante disso, o diagnóstico de TEA exige uma ressignificação no modo de entender o desenvolvimento humano e na escolha de abordagens de reabilitação, sempre considerando as necessidades individuais. Além disso, é fundamental oferecer suporte emocional tanto para a pessoa quanto para sua família. A seguir, exploraremos as características do TEA e algumas das principais características crianças com autismo.

Me chamo João Chiaragatto, sou professor Especialista em Educação Especial e pai da Maria Luiza, uma criança com autismo. Para relato da minha experiência na identificação dessas  características na minha filha, assista ao vídeo clicando aqui.

Caracterização do TEA

O TEA é um transtorno do neurodesenvolvimento que interfere em diversos aspectos, como comunicação social, comportamento, cognição e habilidades perceptivo motoras. Em primeiro lugar, as principais dificuldades podem incluir:

• Comunicação Social: Pessoas com TEA apresentam menor reciprocidade nas interações sociais, redução do contato visual e atrasos na comunicação verbal e não verbal.
• Comportamentos Estereotipados: Esses comportamentos podem incluir interesses restritos e repetitivos, assim como dificuldade em adaptar-se às mudanças.

Além disso, muitas vezes há comorbidades associadas, como dificuldades na regulação emocional, problemas de memória de trabalho, Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) e outros transtornos neurodesenvolvimentais.

Principais Características das Crianças com TEA

As características do TEA podem variar significativamente entre os indivíduos. Abaixo, listamos algumas das principais observações:

• Dificuldade na Interação Social: Muitas crianças não demonstram sorrisos espontâneos, evitam contato com outras pessoas e preferem isolar-se em um lugar específico. Elas podem buscar companhia apenas para satisfazer uma necessidade específica.
• Uso de Pessoas como Meio: Frequentemente, a criança utiliza um adulto como ferramenta para conseguir algo que deseja, sem estabelecer uma interação social significativa.
• Resistência a Mudanças: Alterar a rotina é desafiador para muitas crianças com TEA. Por exemplo, mudanças no ambiente, na alimentação ou no vestuário podem desencadear reações de resistência ou desconforto.
• Distúrbios de Sono: Alguns sinais incluem dificuldade para adormecer, acordar muito cedo, sono interrompido ou inversão dos períodos de vigília e descanso.
• Alteração na Alimentação: A seletividade alimentar é comum, como insistir em consumir sempre o mesmo tipo de alimento. Ademais, algumas crianças podem ingerir itens não comestíveis, mastigar inadequadamente ou realizar rituais antes de comer.
• Uso Inapropriado de Objetos: Podem ignorar objetos ou mostrar interesse apenas por partes deles. Muitas vezes, utilizam brinquedos de maneira diferente do habitual ou carregam sempre um mesmo item consigo.
• Movimentos Repetitivos e Estereotipados: Incluem balançar-se, brincar com os dedos, tapar os ouvidos, caminhar na ponta dos pés ou rodar objetos. Esses movimentos podem ocorrer de forma intensa e repetitiva.

Vale lembrar que nem todas as crianças apresentam todas essas características, e a intensidade dos comportamentos pode variar. Por outro lado, os sintomas geralmente surgem na primeira infância, mas podem se manifestar mais claramente em situações sociais desafiadoras.

Impacto e Necessidade de Suporte

Os sintomas do TEA impactam significativamente a vida social, educacional e ocupacional da criança, exigindo avaliações detalhadas para identificar outras condições associadas, como transtornos de linguagem ou de desenvolvimento intelectual.

Os níveis de suporte são fundamentais para determinar as estratégias de intervenção. Nesse sentido, esses níveis são classificados em:

1. Nível 1: Necessita de suporte.
2. Nível 2: Necessita de suporte substancial.
3. Nível 3: Necessita de suporte muito substancial.

Essas categorias ajudam a planejar intervenções ajustadas às necessidades de cada indivíduo, promovendo o desenvolvimento e a qualidade de vida.

Considerações Finais

Compreender as características do TEA e seus impactos é essencial para promover um ambiente inclusivo e acolhedor. Cada criança com TEA é única, e o suporte deve ser adaptado de acordo com suas necessidades individuais. Por fim, a conscientização sobre o transtorno permite que famílias, profissionais e comunidades trabalhem juntos para garantir o bem-estar e o pleno desenvolvimento dessas crianças.

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