O Modelo Denver, conhecido oficialmente como Denver Early Start Model (ESDM), é uma abordagem terapêutica amplamente voltada para crianças pequenas diagnosticadas com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Essa metodologia combina, de forma eficaz, princípios de Integração Sensorial com técnicas de intervenção precoce, promovendo, portanto, o desenvolvimento integral da criança. Reconhecida por sua base científica sólida e seus resultados efetivos, essa abordagem tem conquistado, cada vez mais, uma ampla aceitação na área de tratamento do TEA.
Antes de mais nada, gostaria de me apresentar. Me chamo João Chiaragatto, sou professor especialista em Educação Especial e pai de uma criança com autismo, a Maria Luiza. Identificamos os primeiros sinais do transtorno com apenas 12 meses de idade e, após uma rápida investigação, conseguimos fechar o diagnóstico com 1 ano e 2 meses. Logo em seguida, com 1 ano e 3 meses, iniciamos as terapias baseadas no Modelo Denver. Desde o início, o método se mostrou extremamente eficaz, contribuindo significativamente para o desenvolvimento da Maria Luiza. Por meio dessa abordagem, ela conquistou novas habilidades e aprendeu a interagir melhor com o mundo ao seu redor. Como resultado, nossa família vivenciou um impacto positivo e transformador, fortalecendo nossos laços e trazendo, acima de tudo, mais harmonia ao nosso cotidiano.
O que é o Modelo Denver?
Desenvolvido na Universidade do Colorado, em Denver, o Modelo Denver foi criado por uma equipe liderada por Sally J. Rogers e Geraldine Dawson. Em primeiro lugar, sua estrutura baseia-se em estudos detalhados sobre o desenvolvimento infantil, neurociência, aprendizado social e comunicação. O principal objetivo dessa metodologia é promover o progresso de habilidades sociais, cognitivas, motoras e comunicativas em crianças com TEA, utilizando, para isso, uma intervenção intensiva, estruturada e direcionada.
Princípios Fundamentais do Modelo Denver
O Modelo Denver apoia-se em alguns pilares essenciais que orientam sua aplicação e contribuem para seu sucesso. A seguir, destacamos os principais:
Intervenção Precoce
Primeiramente, a metodologia enfatiza a importância de iniciar o tratamento o mais cedo possível, preferencialmente antes dos dois anos de idade. Esse enfoque visa maximizar o período crítico de desenvolvimento cerebral, ampliando, assim, as oportunidades de aprendizado e aquisição de habilidades fundamentais.
Integração Sensorial
Além disso, a Integração Sensorial ocupa um papel central no Modelo Denver. Isso se deve à compreensão de que a capacidade de processar e interpretar estímulos sensoriais é vital para o desenvolvimento infantil. Por meio de atividades estruturadas, as crianças são auxiliadas a regular suas respostas sensoriais. Como consequência, essa regulação promove maior participação em interações sociais e outras situações cotidianas.
Foco em Habilidades Sociais
Outro aspecto relevante é o foco significativo nas habilidades sociais e de comunicação. Nesse sentido, os terapeutas incentivam a criança a estabelecer contato visual, compartilhar a atenção, imitar gestos e usar tanto a comunicação verbal quanto a não verbal. Como resultado, essas atividades são projetadas para estimular interações positivas entre a criança, seus cuidadores e outras pessoas em seu ambiente.
Participação da Família
Por fim, mas não menos importante, a participação ativa dos pais é um aspecto essencial no Modelo Denver. As famílias são capacitadas para aplicar as técnicas de intervenção em casa, no ambiente domiciliar. Com isso, reforçam os aprendizados da criança e colaboram com os profissionais durante as sessões. Essa colaboração fortalece os resultados da abordagem e promove um impacto ainda mais positivo no desenvolvimento infantil.
Resultados e Evidências
Estudos realizados por Sally J. Rogers e Geraldine Dawson demonstram claramente os benefícios do Modelo Denver para crianças diagnosticadas com TEA. As pesquisas indicam que aquelas que participaram de intervenções baseadas nesse modelo apresentaram avanços significativos em habilidades sociais, linguísticas e cognitivas. Além disso, esses resultados foram comparados às crianças que receberam outros tipos de tratamento ou nenhuma intervenção, evidenciando a superioridade do Modelo Denver.
Em conclusão, com uma base científica robusta e resultados promissores, o Modelo Denver representa uma opção eficaz e inovadora para apoiar o desenvolvimento de crianças com TEA. Ele promove, acima de tudo, o progresso em aspectos essenciais para a vida cotidiana, oferecendo esperança e qualidade de vida para famílias ao redor do mundo. Assim, para aqueles que buscam uma abordagem cientificamente fundamentada e direcionada, o Modelo Denver apresenta-se como uma escolha ideal.
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