A aplicação correta do Modelo Denver é crucial para o sucesso terapêutico no tratamento de crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Esse modelo se destaca por utilizar técnicas específicas que aumentam o engajamento e promovem o desenvolvimento da criança de maneira personalizada e eficaz. Neste artigo, exploraremos seis técnicas essenciais, baseadas em estudos e evidências científicas, para ajudar terapeutas e cuidadores a implementar o Modelo Denver para intervenções TEA de forma otimizada.
Me chamo João Chiaragatto, sou Professor Especialista em Educação Especial e pai de uma criança com autismo, a Maria Luiza. Identificamos ela dentro do espectro autista com apenas 1 ano de idade, a intervenção veio cedo, com 1 ano e 3 meses, através do modelo Denver, hoje ela está com quase 5 anos e obteve um progresso incrível com a intervenção Denver. Seguem algumas técnicas:
1. Posicionamento: Promovendo a Conexão Visual e o Envolvimento
O posicionamento é uma das técnicas fundamentais do Modelo Denver. Para começar, o terapeuta deve se posicionar estrategicamente em relação à criança durante as atividades. Ao manter contato visual direto e estar próximo à criança, cria-se um ambiente que favorece a interação e a participação ativa. Além disso, estudos apontam que o posicionamento adequado incentiva uma maior acessibilidade e promove a comunicação natural durante as sessões.
2. Distância: Encontrando o Equilíbrio
A proximidade física entre o terapeuta e a criança também desempenha um papel importante. Entretanto, essa técnica, chamada de “distância”, deve ser ajustada de acordo com as preferências individuais da criança. Enquanto uma proximidade maior pode estimular o engajamento, é essencial respeitar a autonomia e o conforto da criança. Por isso, encontrar esse equilíbrio favorece uma reciprocidade social mais autêntica e espontânea.
3. Eliminar a Concorrência: Criando um Ambiente Livre de Distrações
Outra técnica indispensável é eliminar concorrências que possam desviar a atenção da criança durante as atividades terapêuticas. Isso inclui, por exemplo, organizar o espaço para reduzir ao mínimo elementos que possam competir pela atenção, como brinquedos não relacionados à tarefa ou sons excessivos. A redução de distrações permite que a criança se concentre de maneira mais eficaz nos objetivos propostos, maximizando o aprendizado. Assim, cria-se um ambiente propício para o progresso.
4. Narrar: Facilitando a Compreensão e a Linguagem
A narração é uma estratégia poderosa para envolver a criança e desenvolver suas habilidades de linguagem. Durante as interações, o terapeuta descreve, de forma verbal e clara, as ações, os eventos e as emoções presentes. Isso ajuda a criança a entender o que está acontecendo e a expandir seu vocabulário. Além disso, narrar com entusiasmo e clareza promove não apenas a linguagem receptiva, mas também a expressiva, fortalecendo a conexão emocional. Por conseguinte, essa técnica auxilia significativamente na comunicação.
5. Ajudar: Incentivando o Progresso e a Confiança
Às vezes, a criança pode precisar de ajuda para concluir certas tarefas ou atividades. Por isso, fornecer assistência de forma apropriada, seja por meio de gestos, dicas visuais ou até mesmo suporte físico, é uma parte essencial do Modelo Denver. A ajuda deve ser ajustada às necessidades da criança, garantindo que ela se sinta bem-sucedida e encorajada a continuar tentando. Como resultado, isso promove um sentimento de competência e motivação.
6. Imitar: Fortalecendo a Conexão e a Interação
A imitação é uma estratégia simples, mas incrivelmente eficaz. Ao espelhar os comportamentos e ações da criança, o terapeuta cria uma conexão emocional mais forte e incentiva a reciprocidade social. A imitação não apenas promove o engajamento, mas também ajuda a criança a se sentir compreendida e valorizada durante as interações terapêuticas. Assim, essa técnica torna-se uma ferramenta valiosa para terapeutas.
Considerações Finais
A implementação das técnicas do Modelo Denver requer dedicação e adaptação às necessidades individuais de cada criança. Ademais, o uso adequado dessas estratégias pode transformar as sessões terapêuticas em experiências enriquecedoras, promovendo avanços significativos no desenvolvimento social, emocional e cognitivo das crianças com TEA. Com paciência, conhecimento e um ambiente bem planejado, os resultados podem ser surpreendentes e gratificantes.
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